Aumentaram os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocados pela Covid-19 em quatro estados: Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e Paraíba. As informação está no mais recente Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Apesar da alta, os pesquisadores destacam que os números gerais da doença permanecem baixos e que, por enquanto, não há impacto significativo nas internações. Ainda assim, a recomendação é de atenção redobrada para os grupos mais vulneráveis.
“Idosos e pessoas imunocomprometidas devem receber a vacina contra a Covid-19 a cada seis meses. Já os demais grupos de risco, como aqueles com comorbidades, precisam tomar a dose de reforço anualmente”, reforça Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Processamento de Dados Científicos da Fiocruz e integrante da equipe do InfoGripe.
O que mostram os dados
Em 2025, o Brasil já registrou 163.956 casos de SRAG, dos quais 53,5% tiveram confirmação laboratorial para vírus respiratórios. A distribuição foi a seguinte:
- 45,1% causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR), principal responsável por bronquiolite em crianças;
- 25,2% por rinovírus, associado a resfriados comuns;
- 24,6% por influenza A e 1,1% por influenza B (gripe);
- 7% pelo Sars-CoV-2, vírus da Covid-19.
Nas últimas quatro semanas, o boletim observou avanço do rinovírus (44,8% dos casos) e do próprio Sars-CoV-2 (11,5%).
Quem pode se vacinar?
Desde 2024, a vacinação contra a Covid-19 integra o calendário nacional de imunizações para gestantes, idosos e crianças. Outros grupos considerados prioritários também mantêm a indicação de doses de reforço.
- Idosos (60+): uma dose a cada seis meses, independentemente do histórico vacinal.
- Gestantes: uma dose a cada gravidez.
- Crianças de 6 meses a 5 anos: esquema primário com duas doses (vacina Moderna) ou três doses (Pfizer), sem necessidade de reforço posterior.
- Imunocomprometidos: reforço a cada seis meses.
- Demais grupos prioritários (como pessoas com comorbidades, trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, população em situação de rua e internos do sistema prisional): reforço anual.
Para quem não se enquadra em nenhuma dessas categorias, não há mais recomendação para novas doses da vacina.