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Banco Central encerra projeto do Drex, o “real digital”

Moeda digital brasileira não avançou devido a falhas em privacidade e sigilo bancário.

Banco Central encerra projeto do Drex, o “real digital”
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Banco Central decidiu encerrar o projeto do Drex, a moeda digital brasileira criada para simplificar operações financeiras por meio da tokenização. O anúncio foi feito nesta semana a representantes dos consórcios participantes da iniciativa, e a plataforma será desativada na próxima segunda-feira, dia 10.

O Drex, sigla para “Digital Real X”, começou a ser desenvolvido em 2020, a partir de um grupo de trabalho que avaliava a viabilidade de uma moeda digital nacional. No ano seguinte, o BC divulgou as diretrizes do projeto, que incluíam transações no varejo e operações online e offline. Em 2023, os testes tiveram início com 16 instituições, e a primeira transferência entre bancos foi realizada de forma experimental.

As próximas etapas previam novas rodadas de testes em 2024 e 2025, com lançamento ao público previsto para o início deste ano, o que acabou não se concretizando. Segundo o BC, as soluções baseadas em tecnologia DLT (Distributed Ledger Technology) não atenderam aos requisitos de privacidade e sigilo bancário exigidos pelo sistema financeiro.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fábio Araújo, coordenador do Drex, afirmou que as soluções testadas “ainda não apresentam nível de maturidade compatível com o que é requerido pelos serviços operados no sistema financeiro nacional”. Ele também destacou que o Drex “não deve ser entendido como uma moeda digital”, já que essa não era sua função principal.

Fontes próximas ao projeto confirmaram ao site Valor Investe que o encerramento marca “realmente o fim do Drex”, mas afirmaram que o movimento não deve ser interpretado como um fracasso, pois o projeto demonstrou o potencial da tecnologia blockchain. O BC entende que “não é viável manter uma infraestrutura estatal para viabilizar esses negócios”.

De acordo com o BC, os próximos passos envolvem avaliar os benefícios identificados pelos participantes do projeto e estudar novos modelos de negócio para dar continuidade às inovações.

Em nota, André Carneiro, presidente da BBChain — uma das empresas que participaram dos testes —, afirmou que o encerramento do piloto abre espaço para “novos modelos de negócios direcionados pelo mercado, sem as restrições regulatórias do Drex”.

O Banco Central planeja retomar os estudos sobre tokenização e novos modelos tecnológicos no início de 2026, com foco em uma arquitetura “agnóstica” e interoperável. A meta é permitir o uso seguro de ativos tokenizados como garantia de crédito e assegurar que a liquidação das transações seja feita com moeda emitida pela autoridade monetária.

Oeste Mais 

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