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Leite foi o grande vilão da cesta básica em junho, aponta pesquisa

Os dados foram tabulados pelo GPEAD da Unioeste

No Sudoeste do Paraná, a pesquisa do custo da cesta básica de alimentação é realizada mensalmente pelo GPEAD (Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, afeto ao curso de Ciências Econômicas da Unioeste, campus de Francisco Beltrão) e instituições parceiras. Entre maio e junho, o custo médio da cesta básica de alimentos reduziu em Francisco Beltrão (-0,87%) e Pato Branco (-0,88%), mas em Dois Vizinhos foi verificado uma alta de preços de (0,44%). Em valores monetários, a redução em relação ao mês anterior foi de R$ 5,18, em Francisco Beltrão e de R$ 5,12 em Pato Branco. A alta de preços em Dois Vizinhos foi de R$ 2,65.

A cesta básica de alimentação com maior valor, no âmbito das localidades pesquisadas pelo GPEAD, foi a de Dois Vizinhos, R$ 602,98, e a de menor valor a de Pato Branco, R$ 576,62.

O cálculo do valor gasto com a alimentação básica para uma família de tamanho médio (02 adultos e duas crianças – considerando que 02 crianças correspondem a 01 adulto) exige a multiplicação do valor monetário da cesta básica individual por 03. O salário-mínimo necessário, é importante esclarecer, expressa o quanto monetariamente seria preciso para que os trabalhadores residentes nas cidades pesquisadas pelo GPEAD ou pelo Dieese, pudessem satisfazer, em junho, a integralidade das demandas familiares previstas constitucionalmente, quais sejam: “[...] moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” (Art. 7º. CF/88).

Considerando os dados apurados para o mês de junho, é possível que o salário mínimo nacional, tanto o bruto (R$ 1.212,00) quanto o líquido (R$ 1.121,10) mostraram-se insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar, tanto para as cidades pesquisadas pelo GPEAD quanto para as demais localidades selecionadas.

Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, ou seja, se consideradas as necessidades básicas para além da alimentação, o salário-mínimo deveria ter sido, em junho, de: R$ 5.065,63, em Dois Vizinhos, R$ 4.971,21 em Francisco Beltrão e R$ 4.844,17, em Pato Branco.

Com base na cesta básica mais cara do país que, em junho, foi a de São Paulo, R$ 777,01, e considerando a determinação constitucional, o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, deveria ser R$ 6.527,67, ou seja, 5,39 vezes o piso em vigor (R$ 1.212,00). Comparando o valor da cesta de junho de 2022 com o mesmo mês de 2021 constata-se um aumento de 23,55%, em Dois Vizinhos; de 23,55%, em Francisco Beltrão; e de 23,05%, em Pato Branco.

A jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica é normalmente proporcional às variações do valor mensal desta, ou seja, quando aumenta o valor da cesta aumenta a quantidade de horas necessárias de trabalho para adquiri-la. Em junho de 2022, o tempo médio necessário para adquirir a cesta básica individual foi de 109h e 35m, em Dois Vizinhos; de 107h e 24m, em Francisco Beltrão e de 104h e 40m, em Pato Branco.

Quando se compara o custo da cesta individual e o salário-mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), o trabalhador de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, remunerado pelo piso nacional, comprometeu com a aquisição da cesta básica individual 53,78%, 52,78%, e 51,43% da sua renda, respectivamente.

No quesito alimentos, nas cidades pesquisadas no Sudoeste do Paraná, os aumentos foram de (26,21%) em Dois Vizinhos, (21,73%) em Francisco Beltrão e de (4,83%) em Pato Branco. No acumulado de janeiro a junho de 2022, alta de preços do leite chega a 82,70% em Francisco Beltrão, 72,65% em Dois Vizinhos e 53,59% em Pato Branco. Segundo o Dieese, “o período de entressafra e o impacto da estiagem nas pastagens reduziram a oferta do leite que, somada aos altos custos de produção, com alimentação do gado e medicamentos, resultaram em elevação do preço do produto no campo. Do lado da demanda, tem havido disputa entre as indústrias de laticínios na compra da matéria-prima para a produção dos derivados lácteos”.

 

Portal de Beltrão com dados do GPEAD da Unioeste

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