Os dados são do estudo “Brasil, Mostra a sua Cara”, produzido pelo Aláfia Lab, que analisou o perfil das vítimas e dos agressores e apontou os desafios para responsabilizar os autores dessas violações.
A pesquisa, baseada em denúncias feitas pelo Disque 100 entre 2011 e 2025 e obtidas via Lei de Acesso à Informação, mostra que o número de casos mais do que dobrou em quatro anos. Em 2020, foram registrados 218 casos; em 2024, o total subiu para 452, o maior da série histórica.
As redes sociais ampliam discursos de ódio e racismo, seja por comentários, memes ou posts, crimes que já são bastante presentes no Brasil.
A pesquisa revela que a maioria das vítimas é do gênero feminino (61,56%) e que mais de 90% delas são negras. Homens representam 37,72% das vítimas. O estudo também indica que quanto mais escura a pele, maiores as chances de ataques raciais.
Entre os agressores, os homens são maioria (55%), mas as mulheres também têm participação significativa (44%). Quando informado, o recorte racial mostra que 70% dos suspeitos são brancos. No entanto, em 60% das denúncias, a cor do agressor não foi informada, devido ao uso de perfis falsos, contas temporárias ou anônimas, o que dificulta a identificação.
Em relação à faixa etária, os ataques ocorrem principalmente entre jovens adultos: 24,7% dos suspeitos têm entre 25 e 30 anos, e 24% entre 31 e 40 anos. Isso sugere que vítimas e agressores compartilham os mesmos espaços digitais e, muitas vezes, as mesmas redes de socialização.
TV Cultura