A creatina é um composto formado por três aminoácidos — arginina, glicina e metionina — que se concentra nos tecidos do cérebro e dos músculos. Embora seja naturalmente produzida pelo organismo, ela também pode ser obtida por meio do consumo tanto de carnes brancas e vermelhas quanto de suplementos nutricionais concentrados.
Esse produto costuma ser procurado por atletas interessados em iniciar um processo de fortalecimento muscular. No entanto, a creatina também serve para idosos com dificuldade de preservar massa magra.
A suplementação deve apenas ocorrer com orientação médica, produtos de qualidade comprovados e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda assim, até 30% dos indivíduos podem não apresentar ganhos com o uso.
Como a creatina ajuda na academia?
Segundo a médica Erica Maria Zeni, clínica geral e médica paliativista do corpo clínico Hospital Israelita Albert Einstein, diferentemente da proteína do soro do leite (popularmente conhecida como whey protein), que ajuda a complementar a quantidade proteica da dieta para, assim, estimular o crescimento da massa muscular, a creatina atua em um processo anterior: o envio de energia para a região estimulada pela atividade física. Portanto, os dois produtos se complementam.
A eficácia do componente é destacada em exercícios de “explosão muscular”, ou seja, na movimentação rápida e intensa que leva à formação de microlesões nas fibras musculares que, quando reparadas, resultam no crescimento muscular. Essas práticas incluem, por exemplo, musculação, bicicleta e corrida de curtas distâncias.
Como a creatina evita a perda muscular?
Para além do ganho de massa, conforme a médica, a creatina pode ajudar a evitar ou, pelo menos, postergar o processo natural de perda muscular e óssea pelo envelhecimento, a chamada sarcopenia. No geral, as mulheres começam a apresentar sintomas dessa condição a partir dos 35 ou 40 anos, enquanto nos homens ela aparece por volta dos 50 anos.
Até por volta dos 30 anos, o organismo humano reage bem aos estímulos de hipertrofia e pode acumular uma “poupança” de massa óssea e muscular. A partir desse momento, porém, alterações fisiológicas e hormonais dificultam essa evolução e, dependendo do estilo de vida da pessoa, podem entrar em declínio.
Com isso, surgem problemas osteomusculares, como osteoporose, falta de equilíbrio, hipertensão e maior suscetibilidade a dores. Diversas condições graves que podem ser prevenidas pela qualidade muscular adequada, proveniente de treinos regulares, alimentação balanceada e sono regulado.