Após as tentativas de negociação pelo tarifaço, o governo Lula espera que o próximo passo de um possível acordo comercial seja tomado pelos Estados Unidos. A avaliação é que o Brasil deixou claro o interesse em dar continuidade às tratativas que amenizem os efeitos das tarifas de 50%, imposta aos produtos brasileiros exportados ao país norte-americano. As informações são do O Globo.
Junto com setores afetados pelo tarifaço no Brasil, negociadores brasileiros já buscam possíveis alternativas à taxação estadunidense em uma resposta que deve ser apresentada ao governo americano após questionamentos. Durante o diálogo que acontece desde o último mês, os EUA levantaram questões relacionadas ao acesso do etanol americano ao Brasil, a corrupção, o uso pix e o respeito à propriedade intelectual, com destaque em medicamentos. Os esclarecimentos devem ser apresentados em 18 de agosto.
No entanto, o governo Trump não esclareceu quais produtos ou setores devem entrar em negociação. Ainda conforme O Globo, as escolhas a serem tomadas pelos EUA devem ser guiadas para pressionarem o fim do processo que acontece no Supremo Tribunal de Justiça (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Uma conversa, que deve acontecer na próxima quarta-feira (13) entre Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Scott Bessent, secretário do Tesouro Americano, é vista como uma notícia positiva pelo governo brasileiro. A reunião ocorre por ligação, mesmo após a decretação de prisão domiciliar para Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Haddad, a recente aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes pode entrar em discussão durante o encontro. O ministro foi acusado de desrespeitar os direitos humanos no Brasil.
HIstórico da negociação
Desde 9 de julho, os dois países têm feito contatos para uma possível negociação, mas nada foi definido. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) já conversou algumas vezes com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o chanceler Mauro Vieira esteve em Washington com o chefe da diplomacia americana, o secretário de Estado Marco Rubio.
Conforme O Globo, o governo brasileiro visa ser fundamental a participação do representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. A razão é que, de forma geral, as negociações com os EUA ocorrem sob o comando do chefe do USTR, pelos americanos.
NSC