Pelo menos 10 vítimas denunciaram o professor de educação física da rede estadual de ensino, preso na terça-feira (9), suspeito de assédio sexual contra adolescentes entre 12 e 15 anos de Santa Terezinha de Itaipu, informou a Polícia Civil nesta quarta-feira (10).
Segundo a polícia, o professor de 59 anos - contratado em processo seletivo simplificado - oferecia dinheiro para alunas, entregava o cartão dele para elas, fazia convites, por exemplo, para ir para prainha da cidade, além de massagear as estudantes, sem tocar nas partes íntimas.
O nome dele não foi revelado pela polícia. O g1 tenta localizar a defesa dele.
"Ele levava presentes para as alunas, fora do horário escolar, na casa delas, chamava as alunas para fazerem passeios em horários não escolares, tanto que a própria escola teve que se manifestar com os pais, avisando que não tinha nenhuma ciência, quando a esses passeios", disse o delegado Rodrigo de Souza.
Para a Polícia Civil, os convites não eram de cunho sexual, ainda assim a conduta do professor se enquadra no crime de assédio por se tratar de adolescentes.
"São condutas que não são compatíveis com a atuação de um professor em uma escola com adolescentes entre 12 e 15 anos, tudo isso nos causou estranheza", afirmou o delegado.
A polícia afirmou que encaminhou um pedido de afastamento do professor para a Justiça, mas que ainda não foi analisado. O professor deverá ser ouvido ainda nesta quarta (10) em audiência de custódia com a Justiça. O homem está preso em Foz do Iguaçu.
O nome da escola não foi divulgado para proteger as vítimas.
Conselho Tutelar denunciou caso
O caso foi denunciado ao Conselho Tutelar da cidade que repassou o caso à polícia. Segundo o representante do órgão, Maycon Giovane Lazzaris, foi através da denúncia das adolescentes que o caso passou a ser investigado.
"O Conselho Tutelar recebeu na semana passada denúncias de assédio sexual referente a um professor de colégio estadual. Com a denúncia, protocolamos junto a polícia Civil e pedimos ao pais para fazerem Boletim de Ocorrência", disse o conselheiro.
O conselheiro afirmou que é necessário que os pais ouçam os filhos para auxiliar no combate a esse tipo de situação.
"Pais tenham conversas com seus filhos, escutem a demanda que eles levam a cerca do âmbito escolar, social, porque é através de denúncias que o Conselho Tutelar consegue agir", disse Lazzaris.
O que diz secretaria de educação
Em nota a Secretaria de Educação do Paraná afirmou que a direção da escola e o Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu protocolaram uma denúncia na Secretaria de Educação que vai seguir com os procedimentos necessários para abertura de sindicância e de outras medidas cabíveis.
A nota da secretaria diz ainda que confirmou que o professor já foi afastado das atividades e que o Ministério Público do Paraná, assim como o Conselho Tutelar acompanham o caso.
A Polícia Civil afirmou que trabalha na coleta de mais informações para o prosseguimento da investigação.
G1PR