O nascimento de um bebê empelicado, quando o recém-nascido vem ao mundo ainda envolto pelo saco amniótico, emocionou a equipe médica e a família no Hospital Salvatoriano Divino Salvador, em Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, no fim de novembro.
Com o quadro delicado, ficou decidido que o parto seria cesárea. “A doutora Nataly, com suas mãos de fada, me proporcionou um momento realmente mágico. Sem palavras”, afirma Regiane.
O parto raro e bebê empelicado que emocionou a todos
O tão esperado dia chegou, e a emoção tomou conta da sala de cirurgia. “Fui presenteada de uma maneira que não sei explicar. Foi surreal. Ela nascer empelicada foi um grande presente depois de tudo o que passamos — e por eu ser mãe solo”, disse a mãe.
Regiane lembra da cena que nunca vai esquecer: “Teve choro, teve muita emoção em ver ela se mexendo dentro da bolsa. Não tem explicação. A madrinha estava sem acreditar no que via.”
Hoje, mãe e filha já estão em casa e passam bem. Maria Cecília, segundo Regiane, é tranquila: “Ela só mama e dorme. E como dorme”, brinca a mãe, que também já está recuperada das dores do pós-parto.
Um nascimento raro e especial
Segundo o hospital, além de incomum, esse tipo de parto com bebê empelicado oferece uma transição mais suave para a criança, que permanece, por alguns instantes, no ambiente de proteção semelhante ao útero. Para Regiane, o momento ficará marcado para sempre: “Com certeza essa será uma das histórias mais lindas que vou contar a ela.”
A obstetra Nathaly Mayer Brandalise explicou que esse tipo de nascimento é algo mais raro e ocorre em cerca de um a cada 80 mil partos. “Para a equipe é emocionante. Para a família, mais ainda. Sempre é um evento quando acontece um parto empelicado, porque realmente é muito bonito de ver e de fazer”, destacou.
O parto empelicado, segundo ela, não é algo definido antes: a decisão acontece no momento da cirurgia, conforme as condições do útero e da bolsa. “No caso dela, percebemos durante o procedimento que havia possibilidade de realizar o parto empelicado”, afirmou.
Um momento especial para a equipe com bebê empelicado
A cena foi acompanhada pela equipe do Centro Cirúrgico: a pediatra Aline Oliveira, o anestesista Matheus Lorenzoni, o instrumentador Jorge Garbin e a própria obstetra. Para todos, foi um momento único. “Na sala cirúrgica, ninguém da equipe havia visto um parto assim. Acabou sendo muito especial”, relatou Nathaly.
A mãe também teve a chance de assistir ao nascimento. “Pedi para ela levantar um pouquinho a cabeça para acompanhar. É uma transição mais suave do útero para o mundo externo. O bebê fica mais calmo; dá para ver ele se mexendo dentro da bolsa amniótica. É lindo mesmo”, descreveu.
Outros casos de bebês empelicados
Em agosto deste ano, o Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, registrou um acontecimento duplamente raro: dois partos empelicados foram registrados na maternidade em um intervalo de 48 horas.
Rapidamente amparado pela equipe, o momento foi celebrado com alegria por familiares e profissionais de saúde. “Eu já tinha visto e achava lindo. Tinha até comentado com a minha mãe que acreditava que um deles poderia nascer empelicado. E na hora foi o que aconteceu”, lembra a mãe.
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