O governo federal lançou nesta sexta-feira, dia 10, um novo modelo de crédito imobiliário no país com a promessa de ampliar a oferta de financiamento para a classe média e estimular o setor da construção civil. A proposta foi desenvolvida em parceria com o Banco Central, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Cidades.
O novo sistema moderniza o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que utiliza recursos da poupança para financiar a compra da casa própria. A principal mudança será a forma como os bancos captam e aplicam esses recursos, tornando o processo mais eficiente e competitivo.
Hoje, 65% dos depósitos da poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito imobiliário, 20% vão para o Banco Central e 15% podem ser usados livremente pelas instituições financeiras.
Com o novo modelo, essa regra será substituída por uma lógica de mercado mais flexível, que valoriza a poupança como base de financiamento, mas permite a inclusão de outros instrumentos, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
Além disso, o governo vai aumentar o teto do valor dos imóveis financiados pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) — de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões —, ampliando o acesso da classe média aos juros mais baixos dessa modalidade, limitados a 12% ao ano.
“Estamos tornando o uso da poupança mais eficiente, o que vai permitir que cada real depositado gere mais crédito, mais habitação e mais empregos”, afirmou o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a medida preenche uma lacuna no mercado. “Hoje as famílias com renda de até R$ 12 mil têm o Minha Casa Minha Vida. Acima disso, muitas pessoas estavam sem alternativas acessíveis de crédito”.
O novo modelo também aumenta a competição entre instituições financeiras, permitindo que bancos que não captam poupança possam oferecer crédito habitacional em condições semelhantes.
A transição será gradual, com início ainda em 2025. O modelo completo deve entrar em vigor em janeiro de 2027, quando será extinta a obrigação de aplicar 65% dos recursos da poupança em crédito imobiliário.
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