Setembro Verde é o mês de conscientização sobre a doação de órgãos. De janeiro a julho de 2025, a Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), registrou 450 notificações de potenciais doadores. Do total, 207 foram doadores efetivos, equivalente ao índice de 52,3 pmp no território catarinense, nos casos de morte encefálica.
Referência em taxas de doação de órgãos no Brasil e na América Latina, Santa Catarina conta com 69 instituições hospitalares que integram o Sistema Estadual de Doação. “A doação de órgãos salva vidas! Novamente, o povo catarinense demonstra sua solidariedade. É um trabalho de união entre a população, o estado e os profissionais de Saúde, que muito nos orgulha”, afirma o governador Jorginho Mello.
As instituições hospitalares de Santa Catarina estarão mobilizadas no Dia D da Doação de Órgãos, que será realizado em 24 de setembro, para reforçar a importância da educação e mobilização em prol da solidariedade e da vida. Serão promovidas ações valorizando a informação e o treinamento das equipes multiprofissionais no processo de doação e transplante.
“É muito importante que as pessoas saibam que as chances que elas têm de falecer em situação de morte encefálica são bem menores do que as chances de precisar de um transplante durante a vida. É aproximadamente cinco vezes maior a chance de precisar de um transplante do que poder ser um doador”, informa o coordenador da SC Transplantes, médico Joel de Andrade.
“As pessoas que acham que o seu filho, sua mãe, seus irmãos, os amigos próximos deveriam ter o direito a serem transplantados caso precisassem, já estão com a decisão tomada. Se você é um doador de órgãos, comunique a sua família. Se você tem um doador na família, respeite a vontade dele”, reforça.
Um doador pode salvar a vida de ao menos oito pessoas que aguardam por transplantes de órgãos e tecidos. Nos primeiros sete meses desse ano, 982 transplantes de órgãos e tecidos foram realizados em Santa Catarina. Os maiores registros foram córneas (317), rim de doador falecido (174), esclera (7), que o “branco do olho”, e fígado de doador falecido (74).
Posso ser doador?
Todas as pessoas podem doar órgãos e tecidos. Não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar a família sobre o desejo da doação, pois ela só acontece após autorização familiar. Após o consentimento da família, são iniciados o planejamento da logística, os procedimentos para remoção dos órgãos, seleção dos receptores mais compatíveis e, na sequência, distribuição dos órgãos para serem transplantados.
Após a retirada dos órgãos, a logística de transporte é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura devido ao potencial de utilização dos órgãos. Aeronaves da Secretaria de Estado da Saúde, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Polícia Militar, Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros atuam no transporte dos órgãos, além de táxi aéreo e voos comerciais.