Notícias

Três anos após o assassinato de Dom Philips e Bruno Pereira, legado segue vivo na floresta e na palavra

Era preciso publicá-la e levar adiante a última mensagem de um jornalista que dedicou sua vida à transformação do mundo.

Três anos após o assassinato de Dom Philips e Bruno Pereira, legado segue vivo na floresta e na palavra
Foto: Alessandra Sampaio | Divulgação/Companhia das Letras

Três anos após serem brutalmente assassinados na Amazônia, o jornalista britânico Dom Philips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira continuam a ecoar na floresta, não mais com suas vozes, mas por meio de iniciativas que mantêm vivo o propósito de suas vidas: proteger o meio ambiente e os povos originários.

A história dos dois foi interrompida em junho de 2022, quando desapareceram durante uma expedição no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. Dez dias depois, seus corpos foram encontrados às margens do rio Itaquaí. Segundo as investigações, a presença deles incomodava pescadores ilegais que atuavam na região. Os acusados pelo crime seguem presos preventivamente, aguardando julgamento.

Apesar do desfecho trágico, o trabalho de Dom não foi em vão. Em seu computador ficaram os quatro primeiros capítulos de um projeto ambicioso: o livro Como Salvar a Amazônia, uma obra que reúne propostas, relatos e reflexões sobre a urgência de preservar o bioma e garantir os direitos dos povos indígenas. Viúva e amigos não hesitaram, era preciso publicá-la e levar adiante a última mensagem de um jornalista que dedicou sua vida à transformação do mundo.

“Ele era comprometido com a causa da Amazônia, não só com a proteção do meio ambiente, mas com os povos da floresta”, afirma a viúva Alessandra Sampaio. No meio do livro, uma imagem simbólica: duas cruzes de madeira interrompem a narrativa, marcando a ausência física do autor. Mas a obra não termina ali. Escritores, colegas e companheiros de jornada de Dom completaram o livro com novos capítulos, entre eles, Tom Philips, amigo de longa data, também jornalista britânico, com quem Dom dividia o amor pelo Brasil e pela causa amazônica. “Você pode matar um jornalista, mas mil outros virão para amplificar sua voz”, afirma Tom.

Além da publicação, outra frente também mantém vivo o legado do jornalista: a criação do Instituto Dom Philips. Com sede no Brasil, o instituto tem como missão “ecoar as vozes da Amazônia”, promovendo ações voltadas à educação, à formação de lideranças indígenas e à preservação dos saberes tradicionais. O primeiro projeto já está em andamento justamente no Vale do Javari, onde Dom e Bruno foram assassinados.

“Dom tinha a capacidade rara de ouvir pessoas de diferentes mundos. E a ironia cruel do que aconteceu é que, justamente, aqueles que tiraram a vida dele eram pessoas que ele gostaria de escutar”, reflete Tom.

A morte de Dom e Bruno gerou comoção internacional, mas o que permanece é um legado de coragem, escuta e compromisso. Pela palavra e pela ação, a luta dos dois segue viva, inspirando novas vozes a defenderem a floresta e os que nela vivem.

Maiara Valdameri / Portal Tri com informações Jornalismo TV Cultura

 

----------------------
Receba GRATUITAMENTE nossas NOTÍCIAS! CLIQUE AQUI
----------------------

Envie sua sugestão de conteúdo para a redação:
Whatsapp Business PORTAL TRI NOTÍCIAS (49) 9.8428-4536 / (49) 3644-4443

Cotações

Clima

Sexta
Máxima 17º - Mínima 11º
Céu nublado com chuva fraca

Sábado
Máxima 18º - Mínima 9º
Céu nublado

Domingo
Máxima 20º - Mínima 8º
Céu nublado com aguaceiros e tempestades

Segunda
Máxima 15º - Mínima 1º
Céu nublado com chuva moderada

Terça
Máxima 12º - Mínima -1º
Céu limpo

Sobre os cookies: usamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.