A disseminação de notícias falsas sobre a guerra entre Israel e Hamas tem levado ao aumento de atos de ódio contra judeus e palestinos ao redor do mundo. A afirmação é de David Nemer, antropólogo da tecnologia e professor da Universidade da Virgínia (EUA).
No último domingo (15), uma criança palestina de 6 anos foi assassinada a facadas por um homem de 71 anos em Ilinois, nos Estados Unidos. Em entrevista a Natuza Nery, o pesquisador cita esse e outros casos como exemplos da desinformação como uma nova arma de guerra.
"O Hamas tem um canal oficial muito perigoso, que é onde estão o tempo todo promovendo propaganda antissemita. É um canal que me preocupa porque já dobrou o número de usuários", alerta.
"As redes sociais têm levado o campo de guerra para um espaço onde as pessoas, mesmo longe, se colocam nessa disputa polarizada."
Nemer explica ainda que os algoritmos das redes sociais são desenvolvidos para priorizar conteúdos sensacionalistas, que promovam uma comoção negativa nos usuários.
Na União Europeia, plataformas como o X (o antigo Twitter) e a Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, estão sendo questionados devido aos casos de desinformação veiculados sobre a guerra.
"A desinformação geralmente vem carregada de sentimentos como o medo e a raiva porque as pessoas tendem a engajar com esse tipo de conteúdo. Ou seja, tendem a acreditar e a compartilhar mais facilmente", diz Nemer.
G1