De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o carro-chefe das exportações do agro catarinense, o setor de carnes obteve uma receita de US$ 1,34 bilhão nos primeiros quatro meses de 2023. Foram exportadas 600mil toneladas de carnes entre frangos, suínos, perus, patos e marrecos, bovinos, entre outras. O resultado representa uma alta de 10,5% na quantidade exportada e 20,8% no faturamento, quando comparado ao mesmo período de 2022. Os números são do Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
No acumulado do ano, o Estado de Santa Catarina exportou 446 mil toneladas de carne suína. A receita somou aproximadamente US$ 1 bilhão, alta de 1,9% em quantidade, mas queda de 4,2% em valor na comparação com o mesmo período do ano passado.
A equipe do ClicRDC, entrou em contato com um produtor suíno da região, responsável pela granja Edirce Lanznaster. O produtor Fabiano Mario Lanznaster, de 50 anos, trabalha na área desde quando era criança e há 23 é administrador da granja da família. Lanznaster diz que a suinocultura é o carro-chefe de sua produção e corresponde por aproximadamente 70% de sua renda.
Linha cronológica e expectativas para o futuro
Em 2018 a China, sendo o maior produtor e consumidor de carne suína no mundo, começou a enfrentar a Peste Suína Africana, uma doença que iniciou uma mortalidade muito grande do rebanho daquele país. Isso fez com que os chineses iniciassem uma compra muito grande de outros países e durante os anos de 2019 e 2020 (ano que iniciou a pandemia). Nese sentido, os preços do suíno no Brasil foram bastante altos e a relação de troca de kg de suíno vivo por kg de milho e farelo de soja foram positivos.
Em 2021, com a retomada da produção na China, fazendo com que as exportações diminuíssem, aumentaram a produção brasileira de suínos, iniciando uma oferta muito grande de animais, fazendo com que os preços da carne suína caíssem. Tudo isso e uma seca que assolou o sul do país na safra 21/22, causando uma falta de oferta de grãos, o ano de 2022 foi o pior ano da história da suinocultura moderna no Brasil.
Esse ano de 2023 está sendo melhor, devido a maior oferta de milho e soja que fez os preços desses grãos que são a base da alimentação dos suínos, melhorasse a troca de kg de suínos por kg de milho e farelo de soja, está sendo um refresco para o produtor.
Para o futuro, esperamos que o produtor de grãos tenham boas safras e essas ofertas continuem. Dessa forma, o produtor de suínos pode ter a relação de troca positiva e levar carne mais barata e com melhor qualidade para o consumidor final.
ClicRDC
