Na fronteira, a distância entre dois países cabe em um passo. De um lado, o Brasil representado pelas cidades Barracão/PR e Dionísio Cerqueira/SC. Do outro, a Argentina representado por Bernardo de Irigoyen/AR. Em Barracão/PR, Dionísio Cerqueira/SC e Bernardo de Irigoyen/AR, a linha imaginária que separa se transforma em elo. E foi nesse cenário que nasceu o La Fronteira, iniciativa que há mais de 12 anos conecta culturas, impulsiona negócios e aproxima pessoas.
O projeto começou em 2003, com ações simbólicas, como uma cavalgada e uma festa de integração entre brasileiros e argentinos. Desde então, cresceu e se fortaleceu, tornando-se associação reconhecida e estruturada. Hoje, reúne mais de 90 voluntários, entre empresários, lideranças políticas e representantes da sociedade, para atuar no desenvolvimento integrado de 21 municípios da região de fronteira.
O empresário e integrante do inicío do 'Lá Fronteira', Zelírio Peron Ferrari, lembra que o trabalho foi construído passo a passo “desde o início, sempre buscamos a integração na cultura, na educação, na segurança e no desenvolvimento. É preciso que a fronteira seja vista de forma diferente, valorizando quem vive aqui. O desafio ainda é grande, com burocracias e limitações de horário nas aduanas, mas o objetivo é coletivo.”
À frente da presidência, o argentino Walter Tigre, vive a realidade da fronteira todos os dias, atravessando o limite entre os dois países até oito vezes em um único dia. Para ele, o grande trunfo do La Frontera é a união de forças e o foco nas pessoas, "trabalhamos cinco eixos: turismo, inovação, associativismo, educação e relações internacionais. Nosso propósito é sempre buscar soluções conjuntas, pensando no território como um todo. Acreditamos que não existe outro lugar como a nossa fronteira.”
Entre as ações desenvolvidas estão projetos educacionais, como a Jornada de Planejamento Pedagógico (JPP), que leva empreendedorismo às escolas em Bernardo de ; missões técnicas; capacitação de líderes; eventos culturais e esportivos, como o Festival La Frontera, que reúne gastronomia, apresentações artísticas e iniciativas binacionais.
O sonho de quem integra o grupo é ir além. “Queremos um dia viver sem barreiras de passagem, cruzando livremente entre Brasil e Argentina”, reforça Walter. “Aqui, as culturas são praticamente iguais, as necessidades também. Precisamos sentir orgulho de dizer que somos da fronteira.”
Hoje, mais de uma década depois, os desafios permanecem, mas a vontade de manter esse elo é ainda maior. Na prática, Brasil e Argentina se encontram todos os dias, lado a lado, dividindo histórias, sonhos e projetos. Para o La Fronteira, essa é a essência: provar que o que é bom passa aqui e que viver na fronteira é, acima de tudo, viver junto.
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