A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, presa há dois meses por tráfico de drogas na Indonésia, aguarda julgamento pelo crime detida em uma delegacia local. Se condenada, a jovem de 19 anos pode ser submetida a pena de morte.
Conforme o advogado Davi Lira da Silva, que representa a jovem no Brasil, a família tenta contato com o defensor público que atua no caso no país asiático para auxiliar no processo.
"A defesa dela tem que ser feita nos dois países. O julgamento dela é lá, mas existem várias provas que devem ser produzidas aqui", disse Silva.
O defensor cita, por exemplo, a alegação de que Manuela foi usada como 'mula' para levar a droga ao país e que ela não tem antecedentes criminais.
Presa em aeroporto
Segundo Silva, a prisão da mulher ocorreu no aeroporto de Bali. Em 27 de janeiro a mulher foi indiciada por tráfico de drogas. A Embaixada do Brasil na Indonésia acompanha o caso.
A brasileira embarcou em Florianópolis no final de dezembro e foi detida com aproximadamente 3 quilos de cocaína no aeroporto da Ilha de Bali. No país, segundo o Ministério das Relações Exteriores, "pessoas detidas com entorpecentes, em qualquer quantidade poderão ser condenadas a penas que variam de vários anos de prisão até a pena de morte".
Manuela tem residência em Santa Catarina, estado onde vive a mãe, e no Pará, onde o pai mora. Conforme o advogado, ela atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries no Brasil.
Indiciada foi mula, diz defesa
A defesa alega que a mulher foi enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe para ela no país asiático, e que ela foi usada como 'mula'. Ainda, de acordo com Silva, ela chegou a abandonar a ideia, mas foi obrigada pela organização a continuar.
"Disseram que lá ela poderia orar nos templos para pedir a cura da mãe", complementou o defensor.
Segundo Silva, a mãe dela sofreu um AVC e está internada.
A Polícia Civil de Santa Catarina não passou detalhes sobre a suposta organização criminosa, mas informou que "todas as investigações são mantidas em sigilo".
Ministério das Relações Exteriores
O Itamaraty disse em nota que acompanha o caso: "O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem conhecimento do caso e vem prestando a assistência consular cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local".
G1SC