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Depressão infantil: ela existe, saiba como identificar se seu filho tem depressão

Confira a seguir alguns dos sinais

Depressão infantil: ela existe, saiba como identificar se seu filho tem depressão
Foto: Ilustrativa

Depressão infantil existe? Muitas pessoas podem acreditar que não, afinal, vemos muitos casos de jovens, adultos e idosos com depressão, mas quase nada sobre crianças. Embora não seja muito frequente, elas também podem sofrer com o transtorno. 

A manifestação da depressão na infância é de difícil identificação. Como a criança está em desenvolvimento, por vezes, os pais percebem certas atitudes e comportamentos como parte desse processo. 

Além disso, as crianças normalmente se mantêm em silêncio sobre o que estão sentindo. Isso porque elas não têm o mesmo entendimento que um adulto possui sobre suas emoções e pensamentos. Quantos de nós, quando crianças, compreendíamos a gravidade de uma doença? A responsabilidade, então, recai sobre os pais. 

Estatísticas mostram que o índice de depressão infantil no Brasil varia entre 0,2% a 7,5% para crianças abaixo de 14 anos. Na idade pré-escolar, a ocorrência é menor do que na fase próxima da adolescência.  Ainda assim, vale ficar de olho para prevenir o desenvolvimento da doença no futuro.

Também é importante ressaltar que nas crianças os sinais da doença são bem diferentes dos adultos, pois elas podem ser jovens demais para nomear seus sentimentos. Por esta razão, elas podem somatizar o transtorno, passando a reclamar de dores em diversas partes do corpo.

Para saber mais sobre a depressão infantil conversamos com a Psicóloga Odaiz Machado que explanou sobre o tema, e como identificar os sinais de alerta da depressão infantil.

Como saber se meu filho tem depressão?

A depressão infantil é como a depressão em adultos. A criança se torna mais quieta, mais desinteressada e mais volúvel. Suas emoções oscilam, tornando seu comportamento confuso. Mas, para os pais, essa mudança no modo de agir pode ser vista como "apenas uma fase" do crescimento.   

Como a criança não compreende totalmente os sentimentos de tristeza e ansiedade e ainda não tem um repertório de comunicação adequado, é mais fácil expressar queixas sobre dores físicas do que emocionais. Ela chora, grita e esperneia, conduta que podem ser interpretadas como "birra". 

A birra exagerada pode ser característica da depressão infantil, porém, ela deve estar associada a mais sintomas para fechar um diagnóstico. Uma criança pode ser naturalmente manhosa, mas não apresentar nenhum sinal de doença psicológica.   Esta característica pode ser apenas um traço de sua personalidade.

A apresentação dos sintomas depende muito da personalidade e maturidade da criança. Cada uma se comporta de maneira única. As diversas possibilidades de justificação dos comportamentos infantis, portanto, exigem dos pais atenção redobrada. 

Juntando isso ao fato de que a manifestação dos sintomas nunca é muito clara, o diagnóstico pode ser confundido com outros transtornos, como o déficit de atenção e hiperatividade. 

Sinais de alerta da depressão infantil

O comportamento das crianças é, no geral, imprevisível. Ora estão se divertindo ao brincar e pular por todo lugar, ora não querem ser incomodadas, não é? Mas elas também dão sinais de que não estão se sentido bem mental e emocionalmente. Confira a seguir alguns dos sinais.

1. Sono irregular

A criança com depressão apresenta dificuldades para dormir. Não consegue pegar no sono, fica irritada ou acorda diversas vezes durante a noite. Seu descanso é perturbado, impossibilitando-a de recarregar as energias adequadamente. 

O cenário também pode ser o oposto: a criança dorme por longos períodos, sentindo sono em momentos que antes era ativa. 

2. Mudança dos hábitos alimentares

Este sinal também pode ser observado nas duas formas: comer em excesso ou quase não comer. Se a criança deixa de comer o lanche ou se recusa a terminar o prato de almoço com frequência, os pais precisam ficar de olho para as possíveis razões. 

3. Dificuldade para se separar dos pais

Quando a criança começa a ir para a escola ou creche, é normal haver uma estranheza nas primeiras semanas. Crianças pequenas, especialmente, não gostam de ficar longe dos pais. Esse comportamento é normal até certo ponto. Se a ansiedade da separação crescer e se tornar diária, é um sinal de alerta do emocional debilitado da criança. 

4. Constantes reclamações

A criança reclama de dores em partes do corpo ou de machucados com frequência. Até pequenos arranhões são razões para alarde. Mesmo após o medicamento ou tratamento do ferimento, a criança volta a reclamar dentro de um curto período. 

É possível, também, notar reclamações de algumas situações como aulas, coleguinhas de classe ou atividades. Ela se recusa a enfrentá-las, podendo chorar ou ficar irritada ao ser forçada a fazer determinada tarefa.  

5. Irritabilidade

A criança com depressão fica irritada com facilidade, podendo responder os pais, fazer escândalos apenas para contrariar e expressar-se aos berros. Ela pode até mesmo se irritar com a forma que seus brinquedos estão organizados ou ao executar tarefas diárias, como trocar de roupa e escovar os dentes. 

6. Fadiga

Explorar e brincar são as atividades favoritas dos pequenos. Os mais quietos, apesar de não saírem correndo ou pulando como os demais, também são curiosos e estão atentos às novidades ao seu redor. Ou seja, eles estão sempre fazendo alguma coisa: lendo, assistindo TV, jogando no computador, brincando no quintal ou com brinquedos. 

O alerta reside na inatividade da criança. Quando ela perde a vontade de brincar ou se queixa de cansaço frequentemente, os pais precisam ficar alertas. Tudo bem seu filho ser mais quieto que os outros. Isso é questão de personalidade. O desinteresse, porém, não é normal. 

7. Fraco desempenho da escola 

As notas caem, os professores reclamam de brigas ou falta de participação e a criança não sente vontade de se arrumar para ir à escola. A falta de concentração na aula pode ser sinal de depressão e não apenas preguiça ou desobediência para chamar atenção. 

Sintomas variam de acordo com a idade

Não podemos ver os sintomas da depressão infantil como completamente certeiros. Isso porque cada faixa etária tem uma capacidade cognitiva diferente, portanto, os comportamentos são diferentes. 

As crianças de até dois anos apresentam sintomas diferentes das mais velhas e vice-versa. Na primeira infância é possível observar sinais como a perda de peso, choro excessivo, problemas de desenvolvimento físico, como baixa estatura e atraso da fala são comuns. Já na faixa etária de 2 a 6 anos, fatos como o cansaço frequente, excesso de birra e enurese noturna podem indicar um possível transtorno. 

Por fim, crianças mais velhas, até 12 anos, já começam a verbalizar e sentir mais. Além de apresentarem os sintomas anteriores, podem se sentir inferiores aos demais colegas, se acharem burras, incapazes, principalmente na escola, ou não se sentirem amadas.

 

Odaiz Machado
Psicóloga
Hipnoterapeuta

Fonte: Portal Tri com informações Vittude

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