A Unetri Faculdades promoveu, na noite de 11 de novembro de 2025, a 3ª Mostra de Talentos e Altas Habilidades – Educação Inclusiva na Fronteira.
A Mostra envolveu as salas de recurso multifuncional de altas habilidades e superdotação, dos Colégios Leonor Castellano e Dr. Mário, de Barracão; da EEB Dr. Theodureto, de Dionísio Cerqueira; e do Colégio Humberto de Campos, de Santo Antônio do Sudoeste.
Mais de 100 pessoas prestigiaram o evento. A primeira parte, com roda de conversa, depoimentos de alunos com altas habilidades, e demais explanações, aconteceu no auditório da Unetri. A segunda etapa, com a exposição dos trabalhos desses alunos, aconteceu no hall de entrada da Instituição.
A coordenadora do Núcleo de Apoio ao Estudante – NAE, da Unetri, psicóloga Fabíola Ortega, destacou que a Mostra de Talentos, Educação Inclusiva na Fronteira, é um projeto da Unetri, idealizado e organizado pelo NAE, com apoio do Núcleo de Apoio Pedagógico - NAP, da direção e da secretaria acadêmica.
“Já é o terceiro ano que realizamos a Mostra de Talentos, com a intenção de promover práticas inclusivas no ensino superior, reunindo estudantes com altas habilidades da educação básica, e acadêmicos da Unetri”.
Fabíola citou que a ideia do evento é valorizar e dar visibilidade às produções artísticas, científicas e culturais dos estudantes com altas habilidades e superdotação da educação básica, além de fortalecer o diálogo entre os diferentes níveis de ensino, promovendo a verdadeira inclusão aqui na região de fronteira.
“Para tanto, as professoras organizaram os trabalhos desenvolvidos durante o ano todo com esses estudantes, e promovemos uma exposição, na qual mostramos um pouco das atividades realizadas por esses estudantes nas escolas de educação básica”.
Fabíola citou que a perspectiva é de continuidade da Mostra, sensibilizando a comunidade acadêmica e a sociedade da fronteira, sobre a importância da inclusão da neurodiversidade, estimulando o protagonismo estudantil e a socialização de talentos, além de fomentar ações voltadas à comunidade escolar.
“Colocamos esses alunos como protagonistas, em um espaço de diálogo, no qual puderam se expressar sobre as altas habilidades, superdotação, inclusão e as atividades que eles desenvolvem na sala de recursos, e como eles se sentem realizando essas atividades, junto com as professoras.

Fabiola Ortega concluiu afirmando que é fundamental que eles sejam protagonistas desse processo, e que a sociedade compreenda essas características, promovendo a inclusão, pois esses estudantes têm potencialidades específicas, mas têm também dificuldades, como qualquer outra pessoa.
“Eles têm essa característica, ‘um jeito de funcionar’ diferente, e a sociedade como um todo precisa compreender para respeitar e poder incluir de verdade”, finalizou Fabíola.
A aluno Samuel Rosa da Silva, do Colégio Leonor Castellano, que escreve livros, destacou a importância da Mostra, podendo demonstrar seu talento, sua criatividade e sua postura.
“A criatividade não é algo limitado, e ela permite que você possa fazer absolutamente tudo, exercendo sua capacidade. O que move a capacidade e o desejo de chegar onde você quer chegar é a sua ambição, pois se você tem ambição para chegar naquele lugar, você vai chegar”.
Samuel afirmou que concluindo esse livro, irá escrever a continuação dele, além de desenvolver outras ideias que tem pela frente.
A professora Elzete Celinga, do Colégio Humberto de Campos, ressaltou ser produtivo e necessário esse tipo de evento, promovendo integração e mostrando para a sociedade o que esses alunos fazem, suas potencialidades e características.
“Esses alunos são identificados através de um protocolo específico e são várias atividades que realizamos com eles. A gente descobre as inteligências que predominam e o perfil de cada um. Ainda existe muito tabu nas escolas, nas salas de aulas, porque muitos professores ainda pensam que o aluno precisa ser bom em todos os conhecimentos”.
“Chamamos altas habilidades, porque o educando pode ter uma habilidade em um determinado componente curricular ou em uma área determinada. Ele tem alta habilidade e um talento específico nesta área, um conhecimento produtivo e criativo”.
A professora Elzete destacou ser necessário derrubar esses mitos e tabus, e através deste evento da Unetri, os alunos são protagonistas da sua história e podem falar em público o que é um estudante com altas habilidades.
Gislaine, mãe de um aluno de altas habilidades, que desenvolveu uma bengala com sensor para cegos, enfatizou a importância desse evento promovido pela Unetri, trazendo a público esses alunos, seus trabalhos e suas posturas e potencialidades.
“As salas de altas habilidades são necessárias para que esses alunos não percam seu processo de desenvolvimento, pois isso é muito natural para eles, eles nem percebem que têm altas habilidades, veem o mundo de uma forma um pouco diferente, e têm percepção de coisas muito mais rápido que os seus colegas. Mas para eles, isso é algo normal e não especial”.
O filho de Gislaine, que além de altas habilidades, também é uma criança autista, nível 1 de suporte, e desenvolveu a bengala com sensor para cegos, nunca fez nenhum curso de eletrônica ou nada semelhante. Apenas a professora sugeriu se ele daria conta de fazer, e ele falou que daria, e fez.
“É muito importante essa de valorização das salas de altas habilidades, porque elas trabalham não só a questão da potencialização das habilidades desses alunos, mas também elas ajudam na comunicação e na interação social, que são fundamentais para eles nessa caminhada ao longo da vida de cada um”, concluiu a mãe Gislaine.
Luiz Carlos Gnoatto / Comunicação Unetri – Ascoagrin – La Frontera
