No dia em que milhares de pessoas visitavam os cemitérios para prestar homenagens a seus entes queridos, uma família de Pato Branco viveu um momento de profunda dor e indignação. Na manhã de sábado (2), durante o feriado de Finados, familiares que haviam sepultado uma mulher poucos dias antes — na quarta-feira, 29 de outubro — encontraram o túmulo violado no Cemitério Portal do Céu.
O filho da falecida, Fábio de Oliveira, relatou emocionado o choque ao perceber que o caixão havia sido retirado do sepulcro e recolocado, evidenciando sinais claros de arrombamento. O caso imediatamente chamou a atenção das autoridades e reforçou a necessidade de reforço na vigilância dos cemitérios municipais.
A Polícia Civil de Pato Branco instaurou inquérito para apurar o crime, que pode se enquadrar em duas tipificações do Código Penal: vilipêndio a cadáver e violação de sepultura. O delegado-chefe da 5ª SDP, Dr. Helder Lauria, informou que o episódio apresenta indícios de que o corpo possa ter sido manipulado, motivo pelo qual foi determinada a exumação do cadáver.
Exumação
Na manhã de quarta-feira (4), o médico legista dr. Carlos José de Barcelo, do Serviço Médico Legal (SML) de Pato Branco, coordenou o trabalho de exumação, acompanhado por peritos da Criminalística e investigadores da Polícia Civil. O procedimento tem como objetivo verificar se houve lesões, subtração de partes do corpo ou qualquer outro tipo de violação física ao cadáver.
Durante a perícia inicial, objetos deixados próximos ao túmulo levantaram a suspeita de que o ato pudesse estar ligado a algum tipo de ritual. No entanto, o delegado Lauria foi enfático ao esclarecer que, embora práticas religiosas afrobrasileiras sejam legítimas e respeitadas, a violação de sepulturas ou de corpos constitui crime e não pode ser confundida com manifestações de fé realizadas de forma regular e autorizada.
Este é o segundo caso de vandalismo e violação de túmulos registrado em pouco mais de um mês em Pato Branco. Em setembro, outro episódio chocou a população quando um crânio foi subtraído de um sepultamento.
A Polícia Civil segue investigando o caso e pede o apoio da população. “Se alguém observou movimentações estranhas ou pessoas circulando fora de horário nos cemitérios, que entre em contato com a Polícia Civil pelo número 197. A ligação é gratuita e o denunciante não precisa se identificar”, reforçou o delegado Helder Lauria.
JdeB
