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Correios anunciam crise financeira e rombo chega a R$4,3 Bilhoes

Emmanoel Schmidt Rondon, presidente dos Correios, apresentou a primeira fase do plano de reestruturação da estatal.

Correios anunciam crise financeira e rombo chega a R$4,3 Bilhoes
Foto: Divulgação

O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, apresentou nesta quarta-feira a primeira fase do plano de reestruturação da estatal e o pacote de medidas emergenciais para reequilibrar as contas da empresa, que enfrenta uma das piores crises financeiras de sua história.

O programa de reestruturação dos Correios prevê três eixos principais: redução de despesas operacionais e administrativas; diversificação das fontes de receita, com foco na recuperação da capacidade de geração de caixa; e restauração da liquidez da empresa, de modo a retomar a competitividade e garantir estabilidade nas relações com colaboradores, clientes e fornecedores.

Além disso, será implementado um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). Segundo Rondon, será realizado um diagnóstico da força de trabalho, com um mapeamento dos setores e regiões da estatal que apresentam desempenho insatisfatório.

Esse programa de demissão do corpo voluntário está sendo tratado de forma bem cuidadosa para a gente enxergar onde tem ineficiência, ociosidade e não trabalhar de uma forma linear, de repente perdendo capacidade operacional — disse.

A estatal também iniciará a venda de imóveis ociosos, medida que deve gerar entrada de recursos e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de manutenção desses espaços.

Segundo ele, será realizada a renegociação de contratos com os principais fornecedores, visando obter condições mais vantajosas sem comprometer a segurança jurídica das operações, com o objetivo de aperfeiçoar os acordos vigentes.

A apresentação do plano ocorre em meio a resultados negativos sucessivos. Os Correios fecharam o segundo trimestre de 2025 com prejuízo líquido de R$ 2,64 bilhões. No primeiro trimestre, as perdas haviam sido de R$ 1,72 bilhão, e, em 2024, o déficit totalizou R$ 2,6 bilhões. No acumulado do primeiro semestre, o rombo chega a R$ 4,3 bilhões.

Empréstimo

A estatal também busca o aumento imediato de sua liquidez por meio de uma operação de crédito de R$ 20 bilhões, suficiente para cobrir a necessidade de caixa de 2025 e 2026, período em que as demais medidas começarão a gerar resultados.

O modelo proposto é um consórcio de bancos, em que instituições financeiras atuam em conjunto para disponibilizar o capital, com condições compatíveis com o mercado de crédito atual.

Para viabilizar o crédito, o governo também deve exigir contrapartidas de ajuste fiscal interno. O montante de R$ 20 bilhões considera a necessidade de caixa até 2026, período em que a estatal busca estabilizar o fluxo de receitas e despesas.

Os gastos com pessoal continuam sendo um dos principais desafios da estatal. No primeiro semestre deste ano, essas despesas subiram 9,3%, somando R$ 5,6 bilhões. O passivo com benefícios de empregados já alcança R$ 13,7 bilhões, entre obrigações de curto e longo prazo.

Em dezembro de 2024, a empresa havia captado R$ 550 milhões junto aos bancos Daycoval e ABC, mas as dívidas vencem em dezembro deste ano. Em junho, recorreu novamente a um sindicato de bancos para obter R$ 1,8 bilhão, com vencimento em 2026 — valores que não foram suficientes para conter a escalada dos prejuízos.

O Globo

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