O Ministério da Saúde anunciou que a Campanha Nacional de Atualização da Caderneta de Vacinação de Crianças e Adolescentes terá início na segunda-feira (6) e seguirá até 31 de outubro de 2025.
O “Dia D” da campanha será em 18 de outubro, quando os postos de saúde estarão abertos aos sábados, e os agentes de saúde vão fazer ações complementares de mobilização.
A intenção da campanha é atingir crianças e adolescentes menores de 15 anos que não foram vacinados ou que estão com a imunização atrasada. Segundo o ministério, todos os imunizantes do calendário nacional de vacinação estarão disponíveis (veja lista abaixo).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a segurança absoluta da qualidade e da importância dessas vacinas
A partir de hoje, a rede pública vai oferecer a vacina ACWY contra meningite para crianças com um ano de idade.
“Eu quero reforçar um chamado aos pais e às mães para aproveitarem este mês de outubro, o mês da criança, quando realizamos a campanha de atualização de todas as vacinas", afirmou
Ele também ressaltou que todos os imunizantes vão estar disponíveis nas unidades de saúde. “O problema que existia, inclusive ao nível internacional, e que impactou o Brasil, referente à vacina da varicela, nós conseguimos resolver com a parceria que fizemos”, destacou.
A pasta também informou que R$ 150 milhões foram repassados para estados e municípios no início de 2025, recursos destinados a custear a campanha e ações de incentivo à vacinação.
Doses extras distribuídas
Foram distribuídas mais de 6,8 milhões de doses extras, além da grade regular enviada aos estados:
- Tríplice Viral – 1,8 milhão de doses
- Febre Amarela – 1,6 milhão de doses
- Varicela – 1,1 milhão de doses
- Demais vacinas – 2,3 milhões de doses
Vacinas oferecidas na campanha
- BCG
- Hepatite B
- Penta (DTP/Hib/HB)
- Poliomielite inativada
- Rotavírus
- Pneumocócica 10 valente (conjugada)
- Meningocócica C (conjugada) / Meningocócica ACWY (conjugada)
- Influenza
- Covid-19
- Febre Amarela
- Tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)
- Varicela
- DTP
- Hepatite A
Cobertura vacinal até junho de 2025
O ministério também divulgou um balanço parcial da cobertura vacinal dos principais imunizantes:
- BCG – 88,29%
- Hepatite B – 84,93%
- Penta (DTP/Hib/HB) – 84,22%
- Pneumocócica 10 valente (conjugada) – 89,13%
- Meningocócica C (conjugada)/ ACWY (conjugada) – 88,35%
- Febre Amarela – 78,88%
- Tríplice viral – 72,89%
- Hepatite A – 78,17%
- Varicela – 67,58%
“A ideia é que, com essa multivacinação, a gente consiga não apenas manter essa cobertura até o final do ano, mas também melhorá-la, para fecharmos 2025 com indicadores mais altos de vacinação“, afirmou o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti.
Caderneta digital
Um dos avanços do país, segundo Gatti, foi a criação do Meu SUS Digital, ferramenta que permite às famílias visualizarem as vacinas que cada pessoa recebeu.
Por meio do sistema, a população consegue receber alertas e lembretes para manter a vacinação em dia, além da possibilidade de vincular os cadastros das crianças ao perfil dos cuidadores.
Desde abril de 2025, foram registrados 1,8 milhão de acessos à Caderneta Digital de Saúde da Criança.
As informações são atualizadas em tempo real na RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde), e mais de 40 milhões de usuários vão receber os lembretes, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Padilha afirmou que a tecnologia ajuda os pais e responsáveis a não esquecerem um imunizante. “Eu não vacinaria a minha filha se eu não tivesse confiança absoluta na segurança, na qualidade e na importância dessas vacinas”, afirmou.
“Eu quero relembrar os pais e as mães que eles só não tiveram paralisia infantil, só não tiveram meningite, só não tiveram doenças extremamente graves porque um dia o seu pai e a sua mãe enfrentaram situações muito mais difíceis do que hoje para ir vacinar vocês”, também pontuou.
Ações adicionais
Febre amarela
O Ministério da Saúde anunciou que fará um esforço adicional durante o período da campanha para conscientizar adultos sobre a importância de atualizar a vacinação contra a febre amarela.
“Nós vamos aproveitar o período da multivacinação para reforçar a necessidade da imunização não apenas de crianças e adolescentes menores de 15 anos, mas também de adultos de até 59 anos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná”, afirmou Gatti.
A recomendação atual para a imunização contra a febre amarela é de uma dose. Quem já se vacinou não precisa atualizar, mas quem nunca tomou deve se imunizar, especialmente nos estados de risco.
Por isso, a pasta enviou doses extras para os quatro estados. “Temos uma preocupação especial com essas regiões, considerando o ciclo de casos da doença registrado anteriormente”, explica.
“A ideia é aproveitar o período pré-sazonal — quando não há circulação intensa da doença — para ampliar a cobertura vacinal e proteger a população quando chegar a época de maior risco”, completou.
HPV
Outra ação extra da campanha é o reforço da vacinação contra o HPV, recomendada para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos.
“É importante lembrar que melhoramos os índices de vacinação, alcançando 84% entre as meninas em 2024 — um resultado 12% acima da média global. Já entre os meninos da mesma faixa etária, a cobertura chegou a 67%, enquanto em 2022 era inferior a 50%”, destacou Gatti.
O principal objetivo agora é resgatar as crianças e adolescentes que não foram vacinados na idade recomendada. Por isso, a ação também vai focar nos jovens de 15 a 19 anos.
Sarampo
No caso do sarampo, a intensificação da vacinação terá como foco toda a população entre 12 meses e 59 anos. “A medida reforça a proteção da população e reduz o risco de reintrodução da doença no país”, destacou a apresentação do Ministério da Saúde.
Para garantir a cobertura, o governo enviou doses extras para os 26 estados e o Distrito Federal. “Embora o Brasil seja reconhecido como uma área livre da doença, a circulação do vírus em outros países aumenta o risco de reintrodução em nosso território”, acrescentou o ministério.
Gatti também ressaltou o aumento de casos na América do Norte e alertou para os registros recentes na Bolívia e no Paraguai, onde o fluxo de viajantes por via terrestre (carros ou ônibus) é intenso, especialmente nas cidades de fronteira com grande circulação de pedestres.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, até o dia 13 de setembro, 31 casos da doença foram confirmados, enquanto 1.713 foram descartados.
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