O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) inicia nesta terça-feira (16) mais uma reunião para definir a taxa Selic – taxa básica de juros da economia. O encontro segue até quarta-feira (17), como ocorre a cada 45 dias, e reúne o presidente do BC e os diretores da instituição.
Na última reunião, realizada em 29 e 30 de julho, o colegiado decidiu interromper o ciclo de alta e manteve a Selic em 15% ao ano. À época, a justificativa foi o ambiente externo mais adverso, reflexo das políticas comerciais e fiscais adotadas pelos Estados Unidos, somado ao fato de a inflação doméstica ainda estar acima da meta.
Como funciona a decisão
Segundo o BC, as reuniões do Copom seguem um processo que busca embasar da melhor forma possível a decisão final. Durante os dois dias, os diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do Banco Central, que abordam temas como evolução e perspectivas da economia brasileira e mundial, condições de liquidez e comportamento dos mercados.
A decisão considera variáveis como inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo. Todos os membros presentes votam, e os votos são divulgados posteriormente. As atas das reuniões são publicadas em até quatro dias úteis.
O BC ressalta que o objetivo é assegurar que a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), permaneça alinhada à meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Uma vez definida a Selic, o Banco Central atua diariamente no mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos federais para manter a taxa de juros próxima ao valor estipulado.
Impactos da taxa Selic
A taxa Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando está em alta, o objetivo é conter a demanda, encarecendo o crédito e estimulando a poupança.
Na prática, os bancos consideram outros fatores além da Selic para definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, custos administrativos e margem de lucro. Ainda assim, juros mais elevados tendem a encarecer financiamentos e desacelerar a economia.
Já a redução da Selic tem o efeito contrário: barateia o crédito, incentiva consumo e produção, mas diminui o controle sobre a inflação.
Agência Brasil