Em um júri que dura mais de 12 horas, o depoimento de Claudia Tavares, acusada de matar o marido e esconder o corpo no freezer, é o último da noite no julgamento que acontece na Câmara de Vereadores de Capinzal, município vizinho a Lacerdópolis, no Meio-Oeste, onde ocorreu o crime. Os trabalhos foram suspensos para continuar a partir das 8 horas desta sexta-feira, dia 28.
Durante o início do depoimento, a ré passou mal e precisou ser retirada do local.
Nas poucas palavras que conseguiu dizer, Claudia relatou parte de sua história antes de ser interrompida. “Hoje é um dia muito importante pra mim, porque vou contar a minha história”, afirmou. Em seguida, admitiu novamente a autoria do crime ocorrido em 2022:
“Estou aqui afirmando que sim, eu fiz o ato.”
Claudia iniciou seu depoimento falando sobre a vida após sair do presídio — onde ficou presa logo após confessar o crime — e também sobre o relacionamento com Valdemir. Ela negou que tivesse permanecido com o marido por interesse financeiro.“Quem vai ficar com ele por dinheiro por 22 anos?”, questionou.
Durante a narrativa, Claudia relembrou o início da relação, afirmando que não sabia que Valdemir era casado quando começaram a namorar. Após descobrir, já estava grávida de Gabriela. Segundo ela, Valdemir pediu que interrompesse a gestação, mas decidiu ter a filha mesmo assim.
Claudia relatou dificuldades financeiras após o nascimento e disse que chegou a cogitar entregar a criança para adoção. No entanto, ao se questionar de que ninguém cuidaria da filha como ela, decidiu assumir a criação. “Ninguém vai cuidar dela igual eu”, afirmou.
Ela contou ainda que o relacionamento com Valdemir foi retomado quando a filha tinha oito meses, e que ele demonstrava afeto por Gabriela. No entanto, descreveu momentos de medo e pressão no convívio.
“Eu amava ele, mas eu tinha medo dele. Se eu não estivesse com ele, ele me tirava a Gabi.”
Logo após essas declarações, Claudia não conseguiu prosseguir no depoimento e foi amparada pelos policiais que acompanhavam a sessão.
Valdemir Hoeckler foi assassinado em novembro de 2022. A acusada responde por homicídio duplamente qualificado, asfixia e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
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