Em um cenário de crescente desconfiança social, o Brasil registra novo alerta vermelho. Segundo levantamento do Instituto Ipsos-Ipec divulgado neste mês, o ICS (Índice de Confiança Social) caiu para 56 pontos em 2025 — o pior resultado desde 2018, quando chegou ao recorde negativo de 48. Os dados revelam um Brasil cada vez mais cético quanto ao desempenho e à credibilidade de suas instituições.
Entre os poucos pilares que ainda sustentam a confiança da população está o Corpo de Bombeiros, que lidera o ranking com expressivos 85 pontos. Reconhecida pelo trabalho eficiente, pela prontidão e pelo compromisso com o serviço público, a corporação segue sendo a instituição mais respeitada do país. Na sequência, aparecem as igrejas (67 pontos), as escolas públicas (66) e a Polícia Federal (66), todas ainda acima da média nacional — apesar de pequenas retrações em relação ao ano anterior.
Por outro lado, instituições centrais do Estado enfrentam uma crise de credibilidade. O Ministério Público registra 56 pontos, o Sistema Eleitoral caiu para 50 e o Poder Judiciário recuou para 49 — seis pontos a menos que em 2024. Agora, todas estão abaixo ou no limite da média nacional de confiança.
Na base da tabela, o panorama é desolador para a política institucional. Os partidos políticos amargam apenas 32 pontos. O Congresso Nacional aparece com 37 e o presidente da República, com 41. O governo federal também não escapa da percepção negativa, com 46 pontos. Apenas os governos locais (prefeituras) resistem de forma mais positiva, com 54 pontos — ainda abaixo do ideal, mas acima da maioria das esferas públicas.
Nem mesmo o setor privado escapou da onda de descrédito. Empresas (57), bancos (56), meios de comunicação (54) e ONGs (52) perderam espaço no ranking, sendo as organizações não governamentais as que mais caíram em relação ao ano passado.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 8 de julho de 2025, com 2.000 entrevistados em 131 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Para Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec, o recado da sociedade é direto: “Transparência, responsabilidade e eficiência precisam ser prioridades absolutas para reconquistar a confiança da população”.
WH3 com Informações da Coluna de Paulo Rolemberg do ND+