Com a chegada do inverno e a atuação de massas de ar polar, algumas cidades do Sul do Brasil registram fenômenos típicos das regiões mais frias do planeta. Entre eles, a geada, a chuva congelada e a neve.
Na região serrana entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por exemplo, é comum que os três fenômenos sejam observados entre os meses de junho e agosto. Mas, afinal, o que diferencia um do outro – e como identificar?
O que é chuva congelada?
A chuva congelada ocorre quando a precipitação cai inicialmente em forma de neve nas camadas mais altas da atmosfera, mas derrete ao atravessar uma camada de ar mais quente no meio do caminho. Ao se aproximar do solo, que está muito frio, a água volta a congelar – mas já em forma líquida, congelando apenas ao tocar o chão.
Diferente do granizo, que se forma em nuvens de tempestade, a chuva congelada cai como gotas que viram pequenos cristais de gelo ao atingir o solo, provocando acúmulo escorregadio em ruas e calçadas.
Ela é perigosa, principalmente no trânsito, pois forma camadas finas e quase invisíveis de gelo que podem fazer veículos escorregarem.
O que é neve?
Já a neve é formada quando a temperatura está abaixo de zero desde as camadas superiores até o solo. Nesse caso, os flocos não derretem no percurso e chegam à superfície ainda em forma de cristais, o que permite que fiquem visíveis, fofos e secos, cobrindo o chão como um manto branco.
A diferença pode ser notada visualmente. A neve cai suavemente, com flocos visíveis, que lembram pequenas plumas. Já a chuva congelada soa como pequenos estalos no impacto com o chão, formando uma crosta dura e brilhante, sem os desenhos característicos da neve.
Em cidades como São Joaquim, Urupema, Urubici e Bom Jardim da Serra, na Serra catarinense, esses fenômenos são comuns durante os picos do inverno.
Mas os registros de chuva congelada podem confundir moradores e turistas que esperam pela neve na região.
A principal dica para diferenciar: se os cristais derretem na mão e têm formato de floco, é neve. Se parecem pequenas pedrinhas ou gotículas duras que estalam ao cair, é chuva congelada. Ambos precisam de frio intenso, mas a formação é diferente.
E a geada?
Outro fenômeno comum no inverno é a geada. Ela ocorre quando a temperatura do solo cai abaixo de 0°C e a umidade do ar se condensa diretamente na forma de cristais de gelo sobre superfícies expostas, como vegetação, carros e telhados.
Diferente da neve e da chuva congelada, a geada não cai do céu. Ela se forma diretamente no solo, em noites frias, com céu limpo e pouco vento. Apesar de parecer neve fina, é um fenômeno distinto e bastante comum no Sul do Brasil.
Entender essas distinções ajuda a interpretar melhor os alertas meteorológicos e a se preparar para as baixas temperaturas. E, claro, evita frustrações – especialmente para quem sonha em ver neve pela primeira vez no Brasil.
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