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Casos de violência armada contra mulheres crescem 23% em um ano no Brasil, aponta pesquisa

Levantamento do Instituto da Paz aponta que 46% das agressões armadas não letais contra mulheres em 2023 foram cometidas por pessoas próximas

Casos de violência armada contra mulheres crescem 23% em um ano no Brasil, aponta pesquisa
Foto: FREEPICK

Mesmo com a redução geral do número de homicídios no Brasil, a violência armada segue sendo uma ameaça para as mulheres. Em 2023, 3.946 mulheres foram assassinadas no país, sendo que metade dessas mortes foi provocada por armas de fogo. 

Casos não letais de violência armada contra mulheres cresceram 23% em 2023. Na imagem, homem segura arma de fogo.

Os dados foram levantados na pesquisa “Pela Vida das Mulheres: o papel da arma de fogo na violência baseada em gênero”, do Instituto Sou da Paz, divulgada neste sábado (8).

“É urgente falar do impacto da violência armada na vida das mulheres e da necessidade de investir em políticas de controle de armas orientadas às questões de gênero”, destaca Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto.

 

Violência armada contra mulheres: casos de vítimas não fatais cresceram 23% em um ano

Apesar da estabilização no número total de homicídios com armas de fogo, a violência armada não letal contra mulheres voltou a crescer. Em 2023, houve um aumento de 23% em relação a 2022 e um crescimento 35% comparado a 2021. A alta foi mais expressiva nas regiões Norte (29%), Nordeste (29%) e Sudeste (23%).

Esses casos de violência armada estão frequentemente associados a outras formas de agressão, como violência física (52,8%), psicológica/moral (22,2%) e sexual (13,8%). Além disso, em 35% das notificações, a vítima já havia sofrido agressões anteriores, evidenciando a repetição característica da violência doméstica.

O perfil dos agressores

O estudo aponta que, apesar da dificuldade de traçar um perfil detalhado dos autores de homicídios femininos, os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação revelam que 46% das agressões armadas não letais contra mulheres foram cometidas por pessoas próximas.

Em 29% dos casos, os responsáveis foram parceiros íntimos, como companheiros ou ex-companheiros. A pesquisa também mostra que a grande maioria dos agressores são homens (76%) e adultos (48%).

Embora 40% das mortes femininas por arma de fogo ocorram nas ruas, o número de casos dentro das residências tem aumentado. Em 2023, 28% das ocorrências fatais aconteceram em casa.

No Sul e Centro-Oeste, onde os dados são mais qualificados, 43% dos homicídios femininos ocorreram em residências, reforçando a vulnerabilidade das mulheres à violência doméstica armada.

 

Quem são as vítimas?

Os dados revelam que o homicídio das mulheres começa a ocorrer com armas de fogo de forma massiva a partir dos 15 anos. Entre 15 e 19 anos, esse grupo responde por 11% das mortes. No entanto, a maioria das vítimas fatais tem entre 20 e 39 anos (59%).

A desigualdade racial também é um fator determinante: a taxa de homicídios de mulheres negras (2,2 por 100 mil habitantes) é o dobro da taxa entre mulheres não negras (1,1).

No total, 72% das vítimas são negras, enquanto 26,6% são brancas. Entre adolescentes assassinadas, o número de mulheres negras como vítimas é ainda mais acentuado, chegando a 80% dos casos.

A pesquisa completa do Instituto Sou da Paz pode ser acessada neste link.

Denuncie a violência contra a mulher

Toda violência doméstica deve ser denunciada sob a Lei Maria da Penha. Se presenciou ou foi vítima, informe as autoridades. Em Santa Catarina, a denúncia pode ser feita de maneira online na Delegacia de Polícia Virtual da Mulher por este link ou pelo WhatsApp (48)98844-0011.

Na Polícia Militar, usa-se o aplicativo PMSC Cidadão. Já por telefone, a denúncia pode ser anônima pelos telefones 181 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar) e 180 (DisqueDenúncia).

 
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