Muitos adultos têm o costume de pedir para os filhos beijarem ou abraçarem outras pessoas, mas nem sempre as crianças costumam se sentir confortáveis com esse gesto. Apesar de não falarem, seja por timidez, insegurança, ou medo, é preciso ligar o alerta quando elas dizem não gostar de alguém.
De acordo com a psicóloga Airam Chaves, pós-graduada em psiquiatria e saúde mental da infância e adolescência, e mãe de Nicholas, Ágatha e Júlia, é muito importante ouvir e entender o que as crianças querem dizer. “Eu costumo sempre aconselhar os pais a buscarem acolher os sentimentos dos filhos. Por exemplo, para entender o que está acontecendo, pode tentar falar o seguinte: ‘eu percebo que você anda um pouco triste, tem algo que eu possa te ajudar?’. Fazendo assim, as crianças se sentem acolhidas. Dessa forma, ficam mais confortáveis para falar o que está pensando e/ou sentindo. Quando o filho sente essa liberdade, cabe cada tradição familiar em dialogar com a criança/adolescente”.
Quando a criança diz não gostar de alguém, alguns adultos podem acreditar que elas estejam no “mundo da fantasia”, de acordo com a psicóloga. Mas, é fundamental ligar o radar e dar ouvidos aos sentimentosdelas. “Nem tudo é tão imaginário assim. Por isso, os pais devem dar ouvido e priorizar a ação da criança. Atentem-se nos comportamentos, na fala, na forma de lidar ou até mesmo de olhar para essa pessoa no qual ela já sinalizou que não confia”, explica a especialista.
Revista Pais e Filhos