O torniquete tem como principal função conter hemorragias em membros lesionados.
Isso pode se dar como manobra de primeiros socorros, evitando que a vítima perca grandes quantidades de sangue.
Não existem registros do surgimento do primeiro torniquete, mas sabe-se que o dispositivo era extremamente artesanal e improvisado.
Depois da utilização de retalhos ou cipós, a técnica avançou para mangueiras de borracha e cintas de cordas emaranhadas.
O distanciamento das zonas urbanizadas com acesso à atendimento médico tornou o torniquete um instrumento frequente nas mochilas dos escoteiros.
O mesmo vale para e adeptos às práticas esportivas na natureza, pescaria, caça e campistas.
Situações que podem demandar intervenção médica com urgência, a fim de amenizar o quadro até obter atendimento especializado.
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O torniquete também
é usado em cirurgias para interromper a circulação sanguínea momentaneamente
nos membros que são operados.
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A complexidade do equipamento varia com a complexidade do procedimento a ser realizado.
- Atendimentos ambulatoriais são aqueles que não necessitam internação, sejam eles em regime de urgência e emergência ou eletivo.
Nesses espaços, mesmo que incomum, ainda é possível encontrar torniquetes aplicados com mangueira específica.
Contudo, não existe o controle de pressão aplicada além da amarração. Muito diferente do que acontece em bloco cirúrgico.
Os torniquetes também são usados no ambiente ambulatorial para a realização de coleta de sangue (encaminhado para análise) e para doação.
- Os procedimentos cirúrgicos que necessitam internação sejam de emergência ou eletivos, geralmente demandam equipamentos com mais recursos.
Por isso, é comum encontrar torniquetes eletrônicos, pneumáticos ou até manuais que permitem a estabilidade da pressão do membro garroteado com manguito.
O manguito, nesse caso, substitui a mangueira ou tecido desenvolvido para inflar e garrotear o membro.
Quando usar um torniquete
Quem nunca ouviu dos avós a recomendação “se inseto picar, o local deve isolar”?
A prática de aplicar torniquete em locais acometidos por picaduras de aranhas ou cobras venenosas atravessou gerações.
O intuito da manobra é impedir que o veneno fosse espalhado pelo corpo ou levado pela corrente sanguínea até o coração do sujeito.
O grande problema é que, fazendo um torniquete, o veneno vai agir de forma muito acentuada na região, comprometendo os tecidos.
Além disso, um torniquete mal feito pode acarretar em outras complicações e sequelas irreversíveis.
A recomendação é lavar o local com água e sabão abundantes, e procurar uma unidade de saúde para o tratamento adequado.
Portanto, tendo a crença mistificada, alertamos: para usar um torniquete é fundamental dominar minimamente a técnica e somente em situações de hemorragia.
Em bloco cirúrgico e ambulatório, sempre que houver procedimento em membros que precisem demandem a contenção da circulação sanguínea no local.
O torniquete pode salvar vidas, desde que usado corretamente.
A DIFERENÇA ENTRE TORNIQUETE E GARROTE
No item anterior abordamos a função principal do torniquete e desmistificamos crenças antigas acerca da sua aplicação.
Ao longo do texto apareceu mais uma palavra muito importante: garrote.
Em muitas regiões brasileiras é comum as palavras torniquete ou garrote serem tratadas como sinônimos, principalmente nos hospitais.
A origem do garrote data a Era Medieval como instrumento de tortura. Tratava-se de um colar que, quando ajustado no corpo do sujeito, causava estrangulamento.
Garrotear, de acordo com o dicionário da Língua Portuguesa, ainda significa estrangular.
Traduzindo para os conceitos médicos, chegamos ao objetivo do torniquete: interromper a circulação sanguínea pela pressão estabelecida.
Então, qual é o termo certo?
Não existe uma definição institucionalizada do termo correto para cada dispositivo. O que é interessante considerar é a diferença de aplicação.
O torniquete é o instrumento, é o dispositivo utilizado. O garrote ou garroteamento está muito ligado à manobra realizada.
Nos equipamentos médicos poderíamos dizer que o torniquete (equipamento pelo qual é possível controlar a pressão) e manguito (colar inflável que fica ao redor do membro) são responsáveis pelo garroteamento do paciente.
Mesmo para quem já atua com o instrumento, o assunto pode ser complexo. Por isso, no próximo tópico apresentaremos os principais tipos de torniquete e os seus usos.
VOCÊ CONHECE OS DIFERENTES TIPOS DE TORNIQUETE?
O uso do torniquete foi qualificado ao longo do tempo. Isso inclui a aplicação de alta tecnologia para o desenvolvimento de novos modelos e também para a garantia de performance nos diferentes contextos.
Do mais simples ao mais complexo, todos possuem usabilidades distintas sob o grande objetivo de conter hemorragias.
Acompanhe os principais tipos de torniquete, onde e as situações em que são usados.
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Torniquete improvisado ou de emergência
A aplicação do torniquete é um assunto que gera polêmicas, principalmente quando se trata do torniquete improvisado ou de emergência.
Deve-se priorizar sempre especialistas ou pessoas treinadas para realizar o procedimento, já que existem riscos muito grandes do uso incorreto, como perda do membro e sequelas irreversíveis. Falaremos mais dos riscos nos próximos tópicos.
Quando todas as outras alternativas estiverem descartadas:
- Possibilidade de deslocamento imediato para atendimento
- Inexistência de pronto atendimento próximo
- Indisponibilidade de profissionais da saúde no local
- Indisponibilidade de atendimento de urgência ou socorristas no local
- A compressão no ferimento não for o suficiente para estancar o sangramento
Pode-se considerar o uso de torniquete improvisado como última opção, aplicando-o com o máximo de cuidado.
O material utilizado deve ter largura e comprimento o suficiente para não cortar a pele, como camisetas, cinto de couro e outros tecidos resistentes e confortáveis. Não use, de forma alguma, fios, barbantes, cordas e arames.
O torniquete deve ser aplicado antes do ferimento, comprimindo a área responsável pelo sangramento. Dessa forma, o sangramento é estancado para não escorrer pela área afetada.
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Torniquete tático ou militar
O torniquete tático, embora aparentemente simples, tem grande importância em operações de urgência e resgates.
Além de compor o kit operacional militar, é comumente utilizado em atendimentos médicos e paramédicos em ambulâncias e outras situações fora dos hospitais.
Consiste em uma cinta com sistema de haste ou presilhas para comprimir a veia ou artéria responsável pelo sangramento e distribuir a pressão da forma mais homogênea possível no membro garroteado.
Torniquete médico
O intuito fundamental de uma entidade de saúde é salvar vidas. Com a globalização, muitos dos procedimentos são compartilhados e técnicas disseminadas internacionalmente.
No entanto, devemos considerar o acesso aos recursos tecnológicos e poder aquisitivo. Os hospitais e suas diretrizes, contextos sócio-econômicos e culturas mudam de acordo com a sua localização e administração.
Não é necessário ir muito longe para se deparar com ambientes diversos. Dentro do próprio município ou no mesmo hospital encontram-se torniquetes diferentes para diferentes situações.
No ambiente ambulatorial, como sinalizamos no início do conteúdo, ainda é possível encontrar torniquetes aplicados com mangueira específica.
Já nos blocos cirúrgicos são necessários torniquetes com dispositivos de controle de pressão mais potentes.
Existem três tipos principais de torniquetes médicos: manual, pneumático e eletrônico.
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