Quando nem Abel Braga salva é porque o Inter está condenado. Na estreia do técnico que conquistou o mundo e que saiu da aposentadoria para tentar impedir a queda de seu time do coração, a equipe repetiu o que fazia com Roger Machado e Ramón Díaz.
Contra o São Paulo, foi moroso, desorganizado, desatento e foi goleado, na Vila Belmiro, por 3 a 0. Foram oito gols em dois jogos, a terceira pior defesa do Brasileirão. Na última rodada, só uma improvável combinação de resultados impede o segundo rebaixamento colorado.
Foi naquele 3-6-1 treinado no Parque Gigante e no CT do Corinthians que Abel começou a partida. Vitão, Mercado e Juninho foram os três zagueiros, com quatro jogadores no meio-campo, Thiago Maia, Bruno Gomes, Alán Rodriguez e Alan Patrick, Aguirre na direita, Bernabei na esquerda e Vitinho como atacante.
Assim como em muitas partidas, o Inter quase foi vazado no primeiro minuto. Thiago Maia perdeu a bola no meio-campo, próximo à linha lateral. Maik virou o jogo para Ferreira, que cruzou. Luciano apareceu sozinho e cabeceou para fora. No segundo, novamente Luciano teve a chance. Ferreira achou Marcos Antônio, que levantou e o centroavante desviou para fora. Aos sete, Ferreirinha bateu falta para a área, novamente o ataque do São Paulo teve vantagem, a bola desviou em Thiago Maia e saiu acima do travessão.
Depois de 15 minutos de pressão e resistência, o Inter, enfim, passou a tentar jogar. Teve uma meia oportunidade quando o São Paulo errou uma saída da defesa, mas Bruno Gomes não conseguiu dar sequência ao ataque. A opção por ter Vitinho como único jogador de frente cobrava um preço: a bola não parava na frente.
Aos 21, em uma falta que não pareceu, cometida por Thiago Maia, na intermediária, a bola foi alçada para a área e Rochet saiu muito mal. Sabino se impôs por cima e apenas empurrou de cabeça para a rede: 1 a 0.
O segundo só não saiu porque Rochet conseguiu abafar Tapia, que recebeu de Bobadilla na área e finalizou em cima do goleiro. A equipe colorada parecia ter desabado novamente.
Aos 28, o Inter criou uma chance. Alan Patrick fez um lançamento espetacular, de pé esquerdo, e achou Bernabei entrando por trás da defesa. Ele recebeu em velocidade, driblou o goleiro e chutou. Alan Franco salvou em cima da linha. O lance foi anulado por impedimento, mas era bastante ajustado.
Foram necessários mais 12 minutos para ter uma nova finalização. Alan Patrick cobrou falta por cima da barreira, mas também pelo alto.
No último lance do primeiro tempo, quando o Inter estava no ataque, o São Paulo contragolpeou. Mas sem tanta velocidade. A bola foi para a esquerda, erguida para o outro lado, Juninho não conseguiu cortar. Tapia ajeitou para trás, Maik chutou, a bola desviou em Juninho e enganou Rochet: 2 a 0.
O gol causou uma discussão forte de dois jogadores, Thiago Maia e Alan Patrick, contra Juninho. E assim foi o ambiente do vestiário. Do qual Juninho nem voltou. Borré entrou em seu lugar.
Segundo tempo
Mas nem deu para sentir qualquer mudança. Aos dois minutos, Ferreira encontrou Marcos Antônio pela esquerda. Seu passe foi para Luciano. O centroavante fez um gol de craque. Esperou Rochet cair e deu um leve toque por cima, de cobertura: 3 a 0.
A primeira vez que Rafael fez uma defesa foi aos 13. Bruno Gomes, de falta, obrigou o goleiro a espalmar.
Aos 21, Abel tirou Alán Rodriguez e colocou Ricardo Mathias. Bruno Gomes, o único lúcido em campo, bateu de fora da área, aos 23, e Rafael salvou novamente. Bernabei, aos 29, obrigou o goleiro a defender. Aos 33, a troca foi a saída de Thiago Maia para a entrada de Richard. Obviamente, a troca não influenciou em nada.
O jogo seguiu em ritmo de treino para o São Paulo. O Inter, inerte, apenas sobreviveu até o final da partida. Parece apenas aguardar a Série B.
Gaúcha ZH
