Em uma partida com energia, entrega, dedicação e qualidade, o Inter venceu o Botafogo diante de 20 mil entusiasmados colorados que enfrentaram um dilúvio e apoiaram o time do início ao fim no Beira-Rio. O 2 a 0 teve as assinaturas de Alan Patrick e Vitinho e afastou a equipe de Ramón Díaz do Z-4 do Brasileirão.
Agora são 32 pontos, sete de distância para o 17º colocado ao final do sábado (4). Mais do que isso, subiu momentaneamente para a 11ª posição após 26 jogos e encerrou a sequência de quatro partidas sem vitória no Campeonato Brasileiro.
Ramón Díaz , em seu terceiro jogo, fez mudanças radicais na escalação. Nem esperou a pausa da data Fifa para treiná-las.
A primeira providência foi trocar o desenho tático. Na ausência de Luis Otávio, lesionado, o técnico mandou a campo três zagueiros, Mercado, Vitão e Juninho, repetindo o trio que fez o segundo tempo contra o Corinthians. No meio, Thiago Maia voltou aos titulares. E no ataque, outra novidade, Vitinho formando dupla com Carbonero.
Depois de um sábado de calor de 30ºC e abafamento, um dilúvio caiu sobre o Beira-Rio exatamente no momento de as equipes entrarem no gramado. O gramado ficou escorregadio, mas sem acúmulos em poças. O Inter usou a camisa rosa, alusiva ao mês de prevenção ao câncer de mama.
Chuvarada e gol no primeiro tempo
Empolgado pela torcida, que pareceu mais entusiasmada com a chuva, o Inter começou no ataque, pressionando, forçando o Botafogo a espanar. A partida acesa permitiu conclusões nos três primeiros minutos.
O Botafogo chegou em um lançamento longo para Santi Rodríguez, que recuou para Savarino bater e Anthoni pegar sem rebote. Logo depois, Bernabei ganhou a ponta pela esquerda e chutou, direto para fora.
Diferentemente do que ocorria nas partidas anteriores, o Inter tinha força pela direita. E foi em uma trama por esse lado, aos nove minutos, que saiu o primeiro gol. Bruno Henrique e Aguirre tabelaram, o lateral foi ao fundo e cruzou. Léo Linck não conseguiu segurar e Alan Patrick, como centroavante, apenas encostou para a rede: 1 a 0.
Assim que saiu o gol do Inter, voltou o temporal. Era muita, muita água. Por uns bons 10 minutos foi como estivessem virando um balde sobre o Beira-Rio. O gramado não suportou e alguns cantos ficaram empoçados. Até a visibilidade ficou prejudicada.
Aos 21, o Inter ficou perto do segundo gol. Carbonero encontrou Aguirre entrando sozinho pela direita e serviu na medida. O lateral encheu o pé e carimbou a trave do Botafogo. O rebote passou ao lado de Vitinho, que não conseguiu completar.
Aos 29, outra vez a trave salvou o Botafogo. Alan Patrick cobrou escanteio, Vitão ganhou de Léo Linck e a bola bateu no travessão. No córner que se sucedeu a esse, novamente Alan Patrick cruzou e novamente Vitão cabeceou. O goleiro do Botafogo fez uma defesaça para impedir o gol.
No minuto seguinte, o Inter recuperou a bola no meio do campo, entrou em três contra dois. Alan Patrick serviu Carbonero, que driblou para o fundo e concluiu de pé esquerdo, para fora.
A etapa inicial terminou com o Inter lamentando não ter transformado em gols as tantas chances que criou. E, pela primeira vez em pelo menos dois meses, deixou o campo aplaudido.
Segundo gol e jogo sob controle na etapa final
O Inter voltou sem trocas do vestiário. No Botafogo, Davide Ancelotti colocou Chris Ramos, um segundo centroavante para fazer companhia a Arthur Cabral.
No começo, foram os colorados a atacar. Carbonero, da entrada da área, chutou e Léo Linck pegou sem rebote.
Na segunda chance, gol. Carbonero recebeu de Thiago Maia e viu a movimentação perfeita de Vitinho. O atacante correu às costas de Alexander Barboza, recebeu no espaço e teve muita calma para tirar do goleiro: Inter 2 a 0 aos seis minutos.
A primeira troca de Ramón Díaz foi por necessidade médica. Juninho sentiu dores musculares e deu lugar a Victor Gabriel, aos 16 minutos.
A vantagem não reduziu o ímpeto ofensivo do Inter. Aos 18, Carbonero armou pelo meio e viu Vitinho novamente. Desta vez, seu chute era de mais longe, e de pé direito. Léo Linck espalmou para fora.
Levou 65 minutos para o Botafogo levar perigo. Mas que perigo. Arthur Cabral recebeu às costas da defesa, pela direita, entrou cara a cara com Anthoni, que fechou perfeitamente o ângulo e salvou o Inter.
Em seguida desse lance, mais duas trocas no Inter. Carbonero, exausto, saiu para a entrada de Borré. Igualmente aparentando cansaço, Bruno Henrique deu lugar a Ronaldo. Aos 28, as últimas substituições: fora Vitinho e Thiago Maia, dentro Romero e Bruno Gomes.
Foi depois dessas trocas que o Inter passou a administrar o jogo. Deixou de lado a velocidade dos contra-ataques para manter a posse de bola e sofrer pouco. Dedicou-se à defesa quando necessário. Enfim, fez tudo certo.
E saiu do Beira-Rio com três pontos fundamentais para dar tranquilidade à comissão técnica nos 10 dias de intervalo do Brasileirão para a data Fifa.
Gaúcha ZH
