A Associação Chapecoense de Futebol conquistou uma decisão inédita no cenário esportivo nacional: a Justiça de Santa Catarina encerrou nesta semana o processo de Recuperação Judicial do clube. A sentença, assinada pela juíza Aline Mendes de Godoy, da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais de Concórdia, reconheceu que todas as obrigações previstas no plano aprovado pelos credores foram cumpridas.
Com o despacho, a Chape deixa de ter suas finanças supervisionadas por um administrador judicial e volta a gerir livremente o próprio caixa. Durante os dois anos de processo, o clube pagou mais de R$ 20 milhões e renegociou R$ 38 milhões em créditos tributários. Segundo o presidente Alex Passos, a dívida inicial de cerca de R$ 250 milhões foi reduzida para aproximadamente R$ 30 milhões após o deságio de 85% previsto no acordo. Esse valor deverá ser quitado em até dez anos, a partir de maio de 2026.
O advogado Felipe Lollato, responsável pelo processo, destacou que o caso é emblemático: a Chapecoense se tornou o primeiro clube brasileiro a entrar em Recuperação Judicial, cumprir todas as etapas e sair do regime. Apesar do avanço, a diretoria admite que ainda há desafios pela frente, como o pagamento escalonado das pendências e a reorganização administrativa para manter a saúde financeira.
Com o encerramento da RJ, a expressão “em recuperação judicial” deixa de constar em documentos oficiais do clube, simbolizando um novo capítulo na história da instituição. Para a torcida e a comunidade de Chapecó, a decisão representa esperança de estabilidade e a chance de retomar protagonismo esportivo após anos de dificuldades.
Nd +