A tragédia que deixou cinco jovens mortos na BR-280 na última sexta-feira (16), em Irineópolis, no Planalto Norte de Santa Catarina, trouxe à tona os perigos para os motoristas na rodovia que liga os extremos do Estado.
A BR-280 tem início em São Francisco do Sul, atravessando Santa Catarina e parte do Paraná até Dionísio Cerqueira, na fronteira com a Argentina, em uma extensão de aproximadamente 640 quilômetros, dos quais 309 quilômetros estão em território catarinense.
De acordo com dados do Serviço de Estatísticas da PRF em Santa Catarina, de 1º de janeiro até 31 de março de 2025, foram registrados 11 mortes e 220 acidentes na BR-280. No ano passado, foram 10 mortes e 168 acidentes no mesmo período na rodovia federal.
Alexandre Castilho, da equipe de comunicação da PRF SC, explica que há dois motivos principais para a rodovia registrar acidentes graves de modo frequente.
— A falta de duplicação e o traçado sinuoso, associados ao intenso tráfego de veículos de carga e a trechos em que a rodovia ganha características de avenida, fazem com que a BR-280 registre frequentemente acidentes graves — disse.
Os motivos dos acidentes são diversos. Há aqueles que envolvem colisão seguida por incêndio, como o que deixou duas dançarinas mortas após uma carreta, um ônibus e um carro se chocarem, em maio. Há também casos de atropelamentos, como o de um homem que foi atingido por uma moto ao andar na rodovia, em abril.
Neste ano, o mais grave, até aqui, deixou cinco pessoas do mesmo veículo mortas, em uma colisão lateral entre carro e caminhão. Thiago Vanderlei Bay, de 18 anos, Gustavo Francisco de Aguiar Franco, também de 18, André Luiz Javorivski Palmiro, de 20, Gabriel Elaercio Lubanski, de 21, e Jonar Augusto Gerber, de 30 anos, morreram no local. A causa do acidente ainda vai ser investigada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Autoridades trabalham para evitar acidentes
A PRF explica que trabalha com fiscalização, educação, tecnologia e em articulação com outros órgãos para evitar os acidentes graves.
— A PRF realiza o trabalho de fiscalização e policiamento constante da BR-280. Mas, para que a quantidade de acidentes caia de forma duradoura, também é preciso que haja conscientização de quem está ao volante, e investimento em infraestrutura rodoviária — afirma Castilho.
A pesquisadora e especialista em Segurança do Trânsito, Marcia Pontes, afirma que um dos principais fatores de risco na rodovia são a autoconfiança do motorista e a falta de manutenção dos veículos.
Entre as dicas da especialista para maior segurança no trânsito, estão verificar as luzes de segurança do veículo, verificar os documentos do condutor e do veículo, ter a manutenção preventiva do veículo em dia, ter os pneus em bom estado, planejar as rotas com antecedência, respeitar os limites de velocidade, manter a distância segura do veículo da frente, não ultrapassar em locais proibidos ou com pouca visibilidade e não disputar espaço na rodovia com caminhões.
NSC