O estado de Santa Catarina tem apresentado variações no número de casos confirmados de meningite nos últimos anos. De 2021 a 2023, o aumento foi de 177%, registrando respectivamente, 358, 573 e 993 casos. Em 2024, esse número baixou para 762 confirmações. Já no primeiro quadrimestre deste ano, foram registrados 180 casos e a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância em manter em dia a vacinação das crianças contra a doença.
As vacinas estão disponíveis no Calendário Básico de Vacinação para crianças contra meningite por tuberculose, pneumocócica, meningocócica e por hemófilos pelo SUS.
Neste ano, Santa Catarina registrou 14 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 7,7%. A maior taxa foram casos confirmados pelas meningites tuberculose (33%) e por hemófilo (33%), seguida pela meningite pneumocócica (30%). Os dados são do mais recente Informe Epidemiológico das Meningites, publicado pela Diretoria da Vigilância Epidemiológica (Dive).
“A maneira mais eficaz de prevenção da meningite é por meio da vacinação. Diversas formas de meningite, especialmente as causadas por bactérias perigosas como o meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B (Hib), podem ser evitadas com vacinas específicas e seguras, disponíveis gratuitamente no calendário nacional de vacinação”, destaca João Augusto Fuck, diretor da Dive.
Os grupos etários mais vulneráveis são crianças menores de 5 anos e adultos maiores de 60 anos de idade. A maior ocorrência de meningites por todas as etiologias foi em crianças até 4 anos. Já as crianças de 5 a 9 anos de idade representaram 4% dos casos. Nos adultos, apesar de 49% dos casos estarem concentrados em pessoas com 20 a 64 anos de idade, a taxa de incidência nestas faixas etárias foi entre 2,3% e 1,6%. A faixa etária de 65 a 79 anos concentrou 7,2% dos casos.
Em 2025, os casos da doença ocorreram em 56 municípios catarinenses distribuídos em todas as regiões, com maior concentração na região litorânea, entre eles: Joinville, Itajaí e Florianópolis, respectivamente; seguidos pelos municípios de Navegantes, São José, Balneário Camboriú, Chapecó e Palhoça.
Evolução rápida
A meningite é uma doença grave, de evolução rápida, que se caracteriza pela inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, as chamadas meninges. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos; ou agentes não infecciosos, como traumatismos.
As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública pelo potencial de produzir surtos. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso, do diagnóstico e tratamento precoce.
“Aqui no estado as meningites mais frequentes são por vírus, que tem menor gravidade do que as bacterianas. Os sinais e sintomas da doença variam de acordo com a idade de cada pessoa. Os sintomas clássicos são dor de cabeça, febre e vômitos que aparecem em crianças maiores. Nas crianças menores os sintomas são inespecíficos, como a falta de apetite, muita sonolência e muita irritação. Mas em todos os casos a febre alta é o principal sintoma. Na presença desses sinais, os pais devem procurar atendimento médico para obter o tratamento e diagnóstico precoce para evitar sequelas e até a morte”, alerta a médica Sônia Faria, infectologista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.
Principais sintomas da meningite
• Febre alta repentina
• Dor de cabeça intensa
• Pescoço rígido (dificuldade para mexer)
• Náusea e vômito
• Sensibilidade à luz (fotofobia)
• Confusão mental, sonolência ou dificuldade para acordar
• Convulsões (em casos graves)
• Manchas roxas na pele (principalmente em meningite meningocócica)
• Em bebês: choro constante, moleira inchada, recusa de alimentação.
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