Quase metade (47%) das mortes acidentais por envenenamento em crianças nos Estados Unidos ocorre por ingestão de medicamentos opioides. Remédios vendidos sem receita, como analgésicos e antialérgicos, ocupam o segundo lugar, com 14%, seguidos de drogas ilícitas e acidentes com monóxido de carbono, entre outros. A maior parte das mortes se deve a overdoses acidentais, mas há também reações adversas e erros nos tratamentos. As principais vítimas, segundo o estudo, são crianças com menos de um ano de idade.
Os dados são de um levantamento recém-publicado no periódico Pediatrics que avaliou 731 casos fatais em 40 estados do país entre os anos de 2005 e 2018. Segundo os especialistas, os casos refletem uma consequência da epidemia de opioides que assola os EUA e facilita a exposição das crianças a esses medicamentos. Tanto que a participação dessas drogas nas intoxicações infantis saltou de 24% para 52% em 13 anos.
Mesmo que a maioria dos casos seja leve, os envenenamentos domésticos também requerem uma atenção especial dos pais e cuidadores. Segundo um levantamento da SBP feito em 2018, em duas décadas houve 245 mil casos de intoxicação por exposição inadequada a medicamentos – cerca de 37 vítimas a cada dia - com 240 mortes. Os dados são do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No Brasil, os acidentes se concentram na fase pré-escolar, na faixa de 1 a 4 anos, quando os pequenos já andam e têm mais autonomia e, seja por curiosidade ou por imitação, acabam ingerindo acidentalmente substâncias nocivas deixadas ao alcance. Nos mais novos, os acidentes acontecem por erros na dosagem ou por usar remédios de forma inadequada ou sem prescrição médica.